Photo: Polsia
Em
plena sexta a noite, eu, sentada na minha cama, cercada de revistas de
decoração, agora que tenho um apê pra chamar de meu, e pensando no quanto os
objetos que ajudam a compor a minha vida são infinitamente mais valorizados por
mim pelo que significam afetivamente do que por qualquer outro motivo. Um sonho
se realizando e eu, invadida pela empolgação desse novo cenário e das
possibilidades que surgirão para novas construções de histórias inteiras com
meus filhos, com os amigos queridos e comigo mesma. E não é que imaginar o
próprio canto, reformar, transformar, é quase brincadeira de criança grande?! Quem
quiser que prove o contrário!
Mil
decisões para tomar, perdida entre a euforia da escolha dos revestimentos do
banheiro, das cores dos estofados, dos armários da cozinha, etc, etc, além da
ginástica incrível entre desejos e orçamento e eu, alí, me surpreendendo com
escolhas que não passam nada pelo racional ou pelas necessidades práticas. Quer
saber? Pouco importa se vai sobrar grana pro armário da cozinha mas, se a
parede de azulejos encantadores vai colorir a sala e o coração, o resto é resto
e fica pra depois. O que não abro mão é de um canto que dê vontade imediata de tirar
sapatos e relógio; que combine com cheiro de bolo de canela no forno e, onde
seja obrigatório ter uma rede gostosa, do ladinho da janela, pra ver lua cheia,
brincar de canoa com os filhotes ou namorar até o dia clarear.
Não
nego o valor da estética, admiro muito esse item mas, na minha vida e depois de
alguma bagagem de vida, ela é, cada vez mais, apenas uma consequência deste
estar, por dentro e por fora. Afinal, existe estética melhor do que a da nossa
alma e sentimentos mais gostosos? Cada ambiente e é um pedacinho de você que
vem à tona... Se for de outra forma, não faz sentido pra mim não.
De
repente, a voz de Luca(9) chega do escritório me trazendo de volta: “Mãe, tem
remédio pra nunca ser adulto?”
“Tem
não, filho...”, respondo, enquanto penso, quase instantaneamente, que bom mesmo
seria ter remédio pra adulto sentir gosto de infância... do jeitinho que eu
estava sentindo naquela noite, sentada na cama, vibrando com a vida. E quem
disse que sonho não tem gosto? Este último, tem um gosto irresistível de
canela... Freud explica!
Isabella, Bella!
ResponderExcluirdias atrás comentava com uma amiga, que além de licença maternidade, licença para fazer o luto de alguém querido, licença para casamento, é necessário licença para casa nova. precisamos de espaço interno, desta Alma que se faz, também, na construção deste ninho externo.
Ô Bete, nem me fale! E também tô nesse seu grupo que defende a licença para casa nova, viu?! Bj grande, querida!!!
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